4 de mai. de 2011

Monólogo



Oi, caro Estranho. Não sei quem mais se perdeu nessa vida, se foi você ou se foi eu. Na ausência, no silêncio, nas horas de espera tórridas. Não sei qual a minha culpa apesar de ter tentado apontar a sua. Não sei qual a sua história, apesar de delirar mil versões dela. Ah, caro Estranho, não sei o que lhe dá medo, ou o melhor jeito de apaziguar a sua fome, mas sei do que há em mim que tem o seu nome.

Ai meu querido Estranho, são tantos sonhos e pesadelos. Tanto vazio e tanto desejo. As lacunas as vezes nem mais importam, apesar da verdade sempre vir a tona, e, à toa, continuo a tentar e tentar entender: as lacunas, o vazio, a ausência. As vontades de você são tantas que escorrem e evaporam em perfume e a fome permanece.

A fome que eu tenho sabe muito bem ser cruel. A fome que eu tenho sabe aonde doer, onde enloquecer e quando não-sumir. Tudo porque a paixão fora desperta, e a muito não alimentada.

Um comentário:

  1. Dentre tantas pessoas da blogosfera, vc é uma cujos textos eu mais gosto de ler.
    Bjs.

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