Descobri-me invejosa de amores alheios. Essa doença que se manifesta com vigor nessa época colorida do ano, aqui não tem passado de uma virose rápida. A última vez das tais borboletas no estômago era um sintoma de intoxicação alimentar. Queria a febre, os calafrios, as borboletas e todo pacote completo, tradicional ou não.
Particularmente, sou cética pra caralho em diversos assuntos e tenho me esquivado das flechas tortas e cheias de tétano que o filho da puta do cupido tem me atirado com uma habilidade digna de me fazer integrante do elenco de Matrix. Na última vez que sai, um cara me abordou, perguntando a minha profissão e acertando, pensei: "Esse cara me conhece e está a tirar uma com a minha cara." Continuo conversando com o cidadão, ele é meio estranho, sabe não rolou atração da minha parte e o cinto dele estava mal afivelado, tipo, apontando para frente, felizmente não era para mim. Ele adota uma postura educado-simpática, insiste em me pagar uma cerveja e depois de alguma conversa aceito um refrigerante. Eis que então ele começa a ficar grudento, esquisito, me puxando pela cintura, esquivo me e pergunto: "Qual o seu nome mesmo?" A resposta: "É Ricardo. Para você não esquecer jamais, Ricardão! [coloque aqui uma onomatopeia de sua preferência representando um som parecido com um ronronar]".
Sr. Cupido, é demais querer uma flecha reta, sem esporos
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