22 de ago. de 2010

Pavê Metafísico.



O povo mais antigo costumava associar poderes sobrenaturais a alguns objetos. Coisas de misticismo. Sempre eram objetos peculiares, porque a sensação de algo sobrenatural jamais haveria de ser algo banal. Coisas sobrenaturais são, por excelência, divinas e coisas que estão além do entender, se baseiam no sentir. Com o passar dos anos, a ciência esclarecendo as coisas, muito do misticismo e do sobrenatural foi desmistificado. Como se passou a entender, não provocava aquela sensação de algo divino, ou do capeta. Como diz a sabedoria do vodoo haitiano: "Só tem força aquilo que você acredita."

Depois da tarde de hoje, quase posso afirmar que tive um contato sobrenatural com o meu falecido pai através de um pavê. É pavê, mas pode comer... Piadinha genial né?? Meu pai era apaixonado por doces, chocolate nem tanto, mas pavê, pudim, doce de leite, doce de mamão... mas de todos os doces, o pavê tinha um encanto natural. É tanto que a minha mãe nao suporta a idéia de comer pavê. 

Eu comi, muito. Foram três porções desse doce. Eu comia meio que sem pensar, apenas sentia, degustava o doce, como se fosse uma homenagem póstuma ao meu pai, como se ao comer aquilo, eu ficasse mais perto dele. 

Meu pai era meio barrigudo. Eu ainda não sou barriguda. Tenho uma barriguinha. Sim, faço dieta, e hoje foi um desastre, mas o carinho e a homenagem ficam e são bem maiores que qualquer barriga que eu possa vir a ter, ou não.

19 de ago. de 2010




Política. Ano de eleição. Assuntos em voga: candidatos, democracia, corrupção, propaganda política, economia, embromação. Políticos são tudo filha da puta?  Políticos.. politicagem rima com sacanagem. Será coincidência ou não? 

Direitos políticos, manifestações, greves. Se algum dia as putas fizessem greve, o que aconteceria? Se deixassem de existir... sem políticos e anarquia instaurada??  Tudo bem! Já sei que falar que todo político é filho da puta é clichê, frase de efeito, mas ainda me resta a curiosidade: o que será que as putas tem a dizer a respeito disso? 

16 de ago. de 2010

TPM


Eu quero tudo
e não quero nada.
Pareço uma péssima piada
que deixou o auditório mudo.
Sem poste, sem holofote
sem rumo...
me descabelo!
Quero ir embora
nem sei pra onde. 

15 de ago. de 2010

Filme: Paper Heart

Filme-documentário sobre o amor.  A idéia surge da declaração de Charlyne Yi, que nunca amou e não acredita no amor, se acha incapaz de amar. Ela entrevista diversos amigos, casais que completaram bodas de ouro. Vai a universidades e pergunta cientificamente pelo amor. 

14 de ago. de 2010

Auto-Conselho


Tristeza é uma coisinha besta, que entra, sem ser convidada, como quem não quer nada. Instala-se em um canto. Depois cresce, a principio meio lentamente, para não causar muito alarde, depois feito câncer. Ocupa diversos espaços, contamina os seus pensamentos. Tenta fazer ruir cada pedacinho seu. Tenta te fazer indigno de sentir felicidade, pois te aponta cada erro que você já cometeu, todas as vezes que falhou, cada pessoa que te magoou e, acima de tudo, cada pessoa que você magoou. Tenta apagar a perspectiva do recomeçar, mudar, melhorar. Ela é a voz que quer ganhar de todos os seus sonhos, no grito. Grita que você não é capaz e que deve desistir. 

Não sei quem falou isso:   a unica pessoa que te impede, realmente impede, de atingir seus objetivos é você mesma. 

12 de ago. de 2010



Eu, quem sou eu?? 
Emaranhado de sonhos, paixões, desilusões..
Com talvez uma pitada de desejo, duas de desprezo e meia dúzia de ambições
Como definir meu caráter?  Conjunto de erros e acertos? Como equilibrar a balança?  
O que realmente vale?

Eu sou muitas.
Eu não sou ninguém. 

8 de ago. de 2010

Pai



No meu cofre da memória
tem tantas imagens,
tantas paisagens
inúmeras histórias. 

O meu cofre da memória
tem cheiro de saudade
dor e verdade
nafltalina e alguma glória.

O meu cofre da memória
cheio de recortes seus:
museu pulsante, elétrico
de amor e saudade.

Queria muito ter mais coragem, mas recolhi toda a minha dor num canto do peito e sai, como animal ferido. Sai da arena, sai de cena. A minha dor, não considerada digna, tachada de encenação, assim foi rotulada e catalogada na memória. Vocês pessoas que nem me conhecem, como alegam reconhecer tantas nuances íntimas minhas? 

Como num quadro erótico, fui tema, emblema, masturbação. Depois considerada suja, má e ruim...

Eu sai de cena, mas ainda sou dona de mim.

7 de ago. de 2010

Flor do Deserto





"O último camelo da linha, anda na mesma velocidade do primeiro."
Ditado popular somaliano


Lindo filme que retrata a vida da modelo Warie Dirie. Nascida na Somália e refugiada na Inglaterra se tornou modelo e foi a primeira mulher a falar publicamente sobre a "ablação", circunsição feminina, processo onde a genitália é removida e costura-se a ferida, deixando apenas um espaço para saída da urina. Tornou-se embaixatriz da ONU contra essa prática.

Lindo filme. Assistam.

Na foto a atriz que interpretou Warie no filme e a própria. 

Sites:

6 de ago. de 2010

O FODA-SE




O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se! que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. 

Reorganiza as coisas. Me liberta. Não quer sair comigo? 

Então foda-se!. Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!. O direito ao foda-se! deveria estar assegurado na Constituição Federal. 

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende? No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!. O Não, não e não! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! o substituem. 

O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? 

Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio. 

Por sua vez, o porra nenhuma! atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um PHD porra nenhuma!, ou ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!. O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. 

São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. / Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo. 

Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. 

E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus uando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!. 

Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. / 

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!. E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? 

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!. 

Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se ...


Autor Desconhecido
Texto que recebi por e-mail.

5 de ago. de 2010

A felicidade hoje teve peso, valor, e direito a arquivamento no meu caderno.

294kb

O tamanho do meu amplicon de Clostridium septicum

Sim, estou mto orgulhosa de mim, obrigada.
Eita sono! A vontade que também agora me falta. O cansaço que me cala, e as minhas pernas que tremem. Pois os meus joelhos gemem, ladeiras da vida aleatória. Morte, vida, são tantas e diversas as histórias... mas no fundo acabam sendo iguais.

2 de ago. de 2010

Sonhos


O gosto peculiar de alguns sonhos ainda me restam. Sonhos que não aconteceram. Ainda não sei porque teimam em não acontecer. Ou será que sou eu a teimosa nessa história? 

O gosto peculiar de alguns sonhos ainda me restam. São tentadores e doces. Eu viro o rosto e finjo não salivar por eles, ou os guardo no fundo da gaveta de alguma memória aleatória. 

O gosto de alguns sonhos peculiares ainda me restam. Na boca amargam... 

1 de ago. de 2010



Sempre, mas sempre tente alcançar a lua. Se por acaso não der certo, o que pior pode te acontecer é aterrissar numa estrela.

(Vi na TV, em algum programa, mas não lembro qual)


Quando olho para as lembranças dos meus erros, sinto raiva de mim mesma (?!!!). Queria muito dizer que errei por excesso de amor, de paixão, mas talvez tenha sido mais por falta. Em alguns casos sobrou orgulho, incompetência, burrice. 

Supostamente devemos aprender com os erros e errar é humano e insistir no erro é burrice. Eu errei demasiadamente, mas poucos erros foram reicidentes, será que isso significa que eu não sou tão burra assim??

Apesar de tantos erros, estou com uma grande vontade de dar certo.