31 de dez. de 2011

Filosofando

Eu não entendo certas coisas que humanos são habituados a fazer. Também não entendo quando eu, humana, também as faço. Por que tanto esforço em ser amável com estranhos e baixamos a guarda com os mais próximos e que, supostamente, mais amamos??  Qual a razão de ser dessa arrogância que permite-nos acreditar que quem nos ama, nos suporta indefinidamente? Quem nos ama, está ciente dos defeitos, não precisam de exibições intensas e repetidas dos mesmos e sofrem com grosserias. 

30 de dez. de 2011

Memórias



Morri quando descobri que tinha um novo amor e morri de novo quando soube que estava a sofrer por causa deste amor. Queria te guardar de todos os males e de todas as dores do mundo, mas o pedaço seu que existe em mim não te protege de nada. Essa parte sua que mora em mim está tão enraizada quanto cicatrizes antigas. Amor não acaba. Nem mesmo com alzheimer.

29 de dez. de 2011

Futuro

É muita ansiedade pelo novo, pelo o que virá, que tanto faz acelerar o coração dentro do peito. Taquicardia. O sangue correndo mais rápido, o corpo todo melhor oxigenado.  Por sempre lidar com ameaças constantes: "O que é seu está guardado"; "Vai chegar o seu dia"; "O bicho do amor ainda vai lhe picar"; acabou por aprender a viver meio que assustada. Pois como será o dia em que tudo isso acontecer???

25 de dez. de 2011


Acho apavorante a ideia de que só se tem um grande amor uma vez na vida. 
Isso deixa um certo vazio e uma falta de perspectivas. 

Relembrar é viver?

Às vezes odeio Natal, Ano Novo e essas comemorações.
Pensar sobre a vida me lembra dos meus hábito auto-sado-masoquistas.

Certas coisas são impagáveis.
Nem todo sabão e vanish do mundo conseguem apagar.

24 de dez. de 2011


Seu cheiro eu levo feito mancha na roupa,
que eu não lavo não. 

(A banda mais bonita da cidade)

22 de dez. de 2011

Constatação


A alguns dias atrás, tive uma epifania. Hoje ela é realidade mais do que nunca: a tal "lady" Murphy é uma puta!

19 de dez. de 2011

Recado


Não me espere porque eu não volto logo
Não nade porque eu me afogo
Não voe porque eu caio do ar
Não sei flutuar nas nuvens como você
Você não vai entender
Que eu não sei voar
Eu não sei mais nada

Canção para não voltar
A Banda mais bonita da cidade.

16 de dez. de 2011

Casa



Vem morar em mim?
Vem fazer-me:
base a base
viga a viga...
até a lage;

Quero em mim 
muitas janelas
para que 
nunca te falte ar
nunca te falte sol.

Caso deseje sair
favor deixar a porta
aberta.

14 de dez. de 2011

Mudanças

Mudei o nome do blog e as formatações simplesmente por estar cansada da antiga.

Espero que gostem.

13 de dez. de 2011

Anúncio

Vaga para muso inspirador.
Favor mandar currículo.




Em uma sequência de atos
a interpretação dos fatos:
não foi aqui que aconteceu
o erro é definitivamente seu.

12 de dez. de 2011

Platonismo


Eu te desejo tanto e você nem sabe, da metade.... não sabe o tamanho da ânsia que queima dentro da minha barriga, do amor que teima dentro do peito e os versos que se repetem na minha mente feito disco quebrado. Dói demais a falta de coragem, mas o sadismo deste sentimento me fez masoquista. Enquanto ele é meu, apenas meu, não tem como você rejeitar.

Liberdade





Pesados portões de ferro se abriram. Os rangidos ecoaram, e deram vez para o barulho de um motor de carro, que passou pelos portões. Dentro do carro estava um rapaz ao volante. Um triste rapaz. O sarcasmo com que a vida tinha o tratado o deixava infeliz, certas coisas tinham que mudar, felicidade não poderia se esconder dele para sempre, essa vadia não poderia brincar de pique - esconde com ele ao longo da vida. 

Dobrou algumas esquinas, rumo ao centro da cidade, tinha um compromisso, festa. Balada, música, álcool, entorpecentes. Drogas lícitas ou ilícitas que amortizavam o peso do viver. A definição de liberdade é a possibilidade de escolher. Que escolhas que realmente ele tinha? Morrer encerra as opções de escolha ao abrir caminho para o descanso eterno. Ainda existia muita energia a ser gasta, muito chão para se percorrer, mas a pergunta era: para onde?

Entre copos de vodka colorida e sorrisos não exatamente sinceros, reflexões profundas eram feitas. Decisões eram tomadas. Flertes baratos atrapalhavam a linha de raciocínio, mas não havia porque ser descortês e se destacar naquele momento com respostas irônicas e rudes. Apenas iria embora. Apenas abandonaria aquela vida. Teria uma vida nova. Completamente nova. Papel-moeda que tinha de montes nos bolsos finalmente seriam úteis. De um eremita no ambiente social passaria a ser um ser social em um ambiente ermo. Porque pessoas demais atrapalham...

9 de dez. de 2011

Diálogos

- Oi. Queria te pedir meu cinto de volta. 
- Ah, procurei e procurei nas minhas coisas e me lembrei, eu já te devolvi. Deixei na tua mesa. Você deve ter esquecido na casa de qualquer um com quem você dormiu. 

O que eu queria fazer:



O que eu fiz:




Moral: não empreste cintos para não ser chamada de piranha.

Menina-Carolina-que-não-morre, apenas se esconde. Permanece segura dos olhos estranhos e desconhecidos. Aparece para poucos, para raros. Joia escondida. A proteção é de ferro, um sistema ultramoderno. Menina-Carolina, saudades sempre, desde já. 

7 de dez. de 2011

Dúvida


Que adjetivo utilizar para uma pessoa que te acusa de roubar vasilhas de cozinha, some seu cinto e te chama de piranha (seu cinto deve estar na casa do seu ex ou com qualquer um com quem vc dormiu) e rouba todo o papel higiênico da república?? 



4 de dez. de 2011


Outro ciclo da minha vida está se completando.
 Dá um certo medo e um certo alívio, fico terrivelmente ambígua.  

Mas lá vai a minha resposta:
Pode vir quente, que eu estou fervendo!

28 de nov. de 2011

A bruxa má - o início



Era uma vez, em um reino não tão distante, uma jovem, digo, uma linda jovem. Seu único problema era que tinha as idéias carcomidas. Não entendia muito bem o valor de uma amizade, além de ter um senso crítico não crítico e sim tendencioso. Esta tendência era sempre de acordo com o seu ego. Seus valores-próprios, meio marginalizados pela sociedade comum ou talvez exaltados. Nesse trecho as coisas são meio confusas, pois dependem do ponto de vista de cada um que ler esse aviso. A ideia central é ser: ser melhor, ser mais bonita, ser sempre certa. Não importa como. Mentindo, enganando, desviando e abusando de diversos verbos no gerúndio. 

Como essas táticas quase nunca funcionam, tentar sorrir docemente e começar tudo de novo com a nova vítima. Vítimas são os amigos que alimentam seu ego, que é o seu cerne carcomido, de onde surgem todas as idéias tortas. A bruxa má tem que alimentar essa fonte de poder maligno. Empatia, chantagem, qualquer coisa  que a coloque em vantagem. Com o passar dos anos ela perde certos encantos mas esse cerne-ego fica maior e mais forte e é quando ela começa a comer criancinhas. 

Então, você, jovem ambiciosa leitora, repense seus critérios para atingir o sucesso.
Antes que vire mais uma bruxa má. 

Desabafo.

Sempre perguntam porque eu estou solteira. "É falta de homem? Hummm, acho que a senhorita anda escolhendo demais!! Vai ficar pra titia! Quando achar um, se agarre com todas as forças nele para não morrer sozinha!". Sério, realmente dizem essas coisas. Estar solteira é necessariamente ruim por quê? Nestas horas aparecem os clichês nos textos: um cara solteiro, estudado, bem de vida é um partidão; uma mulher solteira, estudada, bem de vida é uma solteirona enjoada. Por mais que eu deteste clichês é meio impossível viver sem eles. 

Sinceramente, apesar de que, como toda "moça" quero um grande amor (notem mais um uso de clichê), quando penso em alguns momentos da vida, sinto um grande alívio por estar solteira. Algumas das vezes que saí escutei cada absurdo... não exatamente grosserias, mas absurdos mesmo. Esta em um bar com uma amiga. Ela é formada em letras e trabalha com linguística. Um cara, razoavelmente bonito, puxou assunto conosco. Perguntou com o que trabalhávamos, minha amiga respondeu: linguística. Prontamente ele perguntou: Nossa, que legal! Qual ramo da medicina é esse? É novo??  Para nosso destemor, não era uma piada. Ele realmente pensou que era um ramo da medicina. Tá, provavelmente não ficaram convencidos.  Afinal, podia ser alguém bom. 

Continuemos com as peripécias. Em um forró escuto: Gata, você é linda demais. Vamos sair daqui, eu tenho um jato e vou te levar para o hotel na beira da praia em Ipanema. Piriguetes diriam: perdeste um partidaço. Um grande cara. O que eu pensei: É doido! Vou sair de perto enquanto dá tempo. 

Outro diálogo com um don juan: Oi. Gata eu sou paulista. Dou um sorriso amarelo e respondo: Legal. Ele insiste: Gata, você não tá entendendo. Eu disse que sou paulista. Eu dou as costas e saio andando. Existe algum significado para palavra paulista que eu não sei? (Paulistas que me lerem... sinto muito). 

Quase namorei um cara, lindo lindo... mas com alguma psicopatia grave. Ligou me dizendo que não iria me ver porque tinha capotado o carro numa cidade aqui perto e estava internado. Eu como boa namorada fui visitar. Apenas existia a cidade, que fica 50km da minha casa. Nada do hospital. nada de acidentes. Posteriormente descobri que a única coisa que ele não mentiu foi o nome dele. 

Comecei a sair com um depressivo. Ele nunca tinha culpa de nada. O mundo era muito mau com ele. Negava todas as oportunidades que ele merecia ter. Terminei assim que percebi isso.

Homens, sinceramente prefiro acreditar que a culpa é de vocês. 

Valei-me São Jorge!!! Defendei-me dos dragões. 
Impossível meu dedo ser tão podre assim.

25 de nov. de 2011

Geni Pós-Moderna


Ela é imprestável, burra, incompetente. Não vamos bater porque é crime agredir alguém. Não vamos cuspir por ser anti-ético. Ainda não sabemos o que fazer com a estúpida Geni.  Ser polido e educado, convencional e sociável é o certo a ser feito. Pois somos um poço de bondade, toleramos sua incapacidade, maldita Geni!

Nada serve, nada adianta, certos males são incuráveis. Entretanto incompetência e ignorância são tratáveis, maldita Geni!

Quando cruza nossos caminhos, acontecem diversos erros e descaminhos, maldita Geni!

Felizes estamos porque vais embora, pena que não é agora, maldita Geni!



23 de nov. de 2011


DESGRAÇADA! Era a melhor maneira de descrever-la diziam alguns, outros preferiam adjetivos mais vulgares filha-da-puta. Na verdade puta é essa vida, ou talvez seja injustiça. Maré de azar?? Tenho sérias dúvidas. Estava vazia... cretina, sem emoções. Peito quebrado e guardado dentro de uma caixa de metal resistente. Colete a prova de maledicência existe? Vou inventar um e ficar rica, porque fofoqueiros existem em toda parte. Adoraria dizer que é inveja pura, mas não gosto da soberba. Na verdade é apenas um viciante hobby: diminuir pessoas para sentir-se maior. Malditos humanos! Estou cansada dos seus movimentos!

14 de nov. de 2011


Acham que sou vazia, que não vejo, que não sinto e, muito menos, que percebo. Saibam que sinto, que vejo... Um dia eu vou gritar tão alto que o vermelho do meu sangue vai estourar nos teus ouvidos e azedar em tuas línguas. 

Eu sei, sei mais do que esperam e acabo sendo mais do que pensam. Na mediocridade desses dias que correm, como se fossem protocolados, contagem regressiva para meu fim. Para minha liberdade, isso sim. Pois ao passo que não me enxergam, eu tudo vejo, eu sinto e guardo. Trabalho. Por mais que pensem que seja por inércia, estou chegando ao final. 

Sim, eu estou chegando. 

13 de nov. de 2011

Brega, romântica e talvez estagnada


Te escrever agora, nesta altura do campeonato, vai contra todo bom senso existente no mundo. Virtude essa que não tenho exercitado muito ultimamente. Simplesmente detesto o fato de sentir saudades quando não deveria. Todas as minhas habilidades românticas estão emperradas e tenho quase certeza que isso é culpa sua. Sei que se pedisse para ficar mais você não ficaria, por isso que nunca pedi. Não iria adiantar de nada, mas estupidamente, me culpo por nao ter pedido, implorado. Então me apego firmemente a idéia que é amor demais para deixar ir, é amor demais para deixar livre, mas você nunca voltou... o que pensar? Que não era você meu princípe de conto de fadas? Imensas mágoas me invadiram, você me esqueceu muito rapidamente, como rascunho ruim que eu jogo fora porque nem tenho idéia de como o melhorar.

Isso tudo aqui não passa de devaneios entre momentos de trabalho, entre folhas de contas para pagar, entre o inferno cotidiano. Simplesmente porque não mais amei. Não sei como é meu amor por você ainda. As vezes acho que amo demais, que não te superei ainda. As vezes acho que amo apenas o que eu vivi contigo e disto morro de saudades. Se o meu peito fosse uma vasilha com água parada, seria um foco de dengue. Como pode notar, minhas metáforas evoluiram profundamente.

Meteoros da paixão acertam pessoas aleatoriamente e a todo momento... menos a mim. 
Que eu queime a minha língua e que hoje apenas seja um dia ruim.

4 de nov. de 2011

A volta...

... em talvez nem tão grande estilo. 


Desajeitada para expressar
tudo o que desejava falar.
Acabava sempre calada
com a alma dobrada.

Ansiosa por um novo ar.
Acordada e a sonhar.
Mas novamente calada
e com a alma dobrada.

18 de set. de 2011

A sensação de estar vulnerável me deixa terrivelmente perturbada. É como se estivessem prestes a tirar a minha liberdade. Não quero!!!!

7 de set. de 2011

3 de set. de 2011


Eu sou altamente egoísta e egocêntrica. Não me agrada ter que pensar na morte como um processo natural no qual basta estar vivo para participar. Depois de ser eterno, o amor expresso, dentro do momento, dentro da lembrança, desaparecer e deixar buracos em peitos alheios, não parece certo. Não parece natural. É dor, é mágoa, é raiva, um descaminho, um descontrole.  A morte é uma bruaca invejosa da vida. Por mais que tente assimilar a vida, não consegue. Dentro do ciclo biológico na natureza, ela finaliza tudo e acontece um novo começo, uma vida dentro da vida. A morte, por mais que se esforce, ela faz parte da vida, e não é o fim da vida. 

26 de ago. de 2011


Paixões juvenis, imbecis, me embotaram o coração e os olhos. Com o peito-pedra, os olhos críticos fui seguindo a trilha de tijolos amarelos. Até que me perdi. Não é caso e nem por acaso. Perder-se, previamente planejado não é fácil, muito menos divertido. 


14 de ago. de 2011

O Direito de Ficar Triste


O pensamento cristão ocidental deturpou o direito de ficar triste. Como? Simplesmente ao te dizer que você deveria estar feliz por não estar numa situação pior ainda. Você tomou um tiro na perna?? Fique feliz porque não foi na sua cabeça! Nunca se pode estar triste, abalado. Nos momentos difíceis você tem que ficar feliz por não serem piores. 

Nos momentos tristes, é normal ficar triste, não?? Digo, sentir a tristeza porque ela está ali, depois analisar a situação e tentar lidar com aquilo. Não digo de se entregar a tristeza, apenas de sentir. Se organizar e tentar resolver. Por que, a maioria das pessoas, ao tentar te animar, fala essas coisas? É foda sim, mas você vai superar. Acho isso um "consolo" maravilhoso.

13 de ago. de 2011

Copiei....

Pagã

De tão pagã nasci em um dia sem anjo
Quem sabe por isso Todos eles se juntam pra cuidar de mim
 E me garantem a fortuna 
De ter mais sorte do que juízo


Jaci, achei genial, espero que você não se importe.

Para quem quiser ver mais dela, o blog dela é aqui Eutimia às Avessas

10 de ago. de 2011

O virgem


Não era exatamente bonita, mas sabia ser encantadora. Seu recato combinado com ironias, sacarmos, era quase que uma característica pervertida. A pele branca e a delicadeza dos traços conferiam um ar de fragilidade. Ou talvez fosse um pouco de falta de saúde. Não se sabe. A linha da roupa sobre o colo, o pequeno  arco sobre o decote, quase um efeito hipnótico, ele pensou. Talvez tudo fosse calculado. A coisa da conquista nem existiria. Papéis sociais a serem compridos. Ele, o "cara", que vai conquistar a mocinha. Apesar disso era um enredo inusitado, pois nessa dança parecia que ela o ensinava como deveria ser conduzida. Tudo tão sutil que ele quase não perceberia, ou não deveria perceber. Fascinado, ele não se importava. Ser amigo, amante, platônico, neandertal, ele apenas queria ser. Ela, fêmea, maior, não era daquelas que comeria o macho após a cópula, mas era tão fêmea que, fatalmente, ele desfaleceria.

3 de ago. de 2011

Linearizar


Com toda ousadia que ser mulher lhe permitia, ela ajeitou a blusa sobre os seios, em frente ao espelho. Abriu mais um botão para deixar o decote mais destacado. Ela tinha tantos desejos, não sabia como os dizer, nem como começar. Nem adiantava dizer pelo começo. O começo de algo pode não ser claro, racional, palpável. A história pode ser confusa como os sentimentos são estranhos. Linearizar tudo, padrões matemáticos ao caos. Talvez, talvez... seria como uma saída a francesa, uma coisa discreta e com algum charme. Agora ela passa um batom de cor leve aos lábios. Já faz tempo que pensa em revê-lo e todas as coisas lindas que gostaria de dizer para poder convencê-lo. Convencer não seria certo. Retomar algo que se perdeu não se resumiria em convencer. É um processo muito mais complicado. É sonho louco e doce.

Olhou nos olhos que estavam em frente a ela, no espelho. Não pareciam ser os seus olhos. Rímel importado lhe conferiu cílios enormes. Os olhos estavam bem mais expressivo com aqueles cílios enormes, quase alegóricos. Se os olhos são a janela da alma, ela tinha acabado de embelezar as cortinas. Estar agradável de se olhar deveria fazer-se mais fácil de se ouvir. Isso é uma fragilidade e uma força em uma mulher, uma mulher bonita, claro. Argumentos aos olhos e argumentos aos ouvidos. O que mais faltaria?

Olhou os cabelos. Estavam bonitos. Brilhantes e com aspecto sedoso. A cor castanha com reflexos dourados combina bem com uma pele branca. A cor é meio presente do acaso, já que é afetada pelo brilho do sol, que queima os fios e os deixam dourados também. É interessante ter os cabelos dourados pelo sol. É um processo lento, que geralmente acompanham algumas manchas na pele, que podem até ter um apelo sexy na juventude, mas não se é jovem para sempre. Esperar a idade passar não seria um bom argumento, ou talvez não esperar? 

Era quase um jogo de tudo ou nada. Apesar disso a ansiedade não dominava. A tentativa vale o erro, ou o erro vale a tentativa? Porque acertos estavam, definitivamente, longe de acontecerem.

1 de ago. de 2011

super mãe

No salão de beleza, mulheres conversam livremente. Seja pela ausência de homens ou pela necessidade de dividir algo. Não são totalmente estranhas, mas nem amigas, e a falta de censura dos assuntos permite a liberdade das conversas. Aqui o registro de uma conversa, de uma senhora, 50 anos aproximadamente, com a cabeleleira, que estava a escovar seus cabelos:

- Eu preciso que você se apresse, querida. Preciso voltar para casa para ficar com a minha mãe, porque minha irmã precisa sair para trabalhar.
- Nossa, sua mãe está bem? 
- Ela passou por uma cirurgia. Colocou silicone

[momentos de silêncio... e todas as atenções se voltam para aquele diálogo. algumas respirações são presas]


- Mas quantos anos tem a tua mãe??
- Mamãe tem 82 anos. 

[mais momentos de silêncio]

- Ah, mamãe tem 82 anos, está lúcida, não que ela tenha juízo, mas está lúcida, tem tempo e tem dinheiro. Ela colocou porque está namorando com um homem mais novo. Ele tem 70 anos. 
- É... que moderna a sua mãe...
- Você não tem noção. Outro dia fui acompanha-lá no baile da terceira idade, tava preocupada com ela chegando de pileque de madrugada. Nada demais no baile, além de muita empolgação.  Ela colocou esse silicone para agradar o novo namorado. O ex quebrou a perna ao cair em um onibus. Ela ligou para o ex para contar que tem "peitos novos". Mamãe é demais.

Para Poucas

*Trecho de uma carta de Clarice Lispector a amiga Olga.
Nunca pareceu-me tão verdadeiro.

Eu achei, sim,  uma nova amiga. Mas você sai perdendo. Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade eu não sei o que fazer comigo. Sou uma pessoa muito medrosa. Tenho problemas reais gravíssimos que depois lhe contarei. E, outros problemas, esses de personalidade. Você me quer como amiga mesmo assim? Se quer, não me diga que eu não te avisei. Não tenho qualidades, só fragilidades. Mas as vezes tenho esperança. A passagem da vida para a morte me assusta: é igual como passar do ódio, que tem um objetivo e é limitado, para o amor, que é ilimitado. Quando eu morrer (modo de dizer) espero que você esteja perto.

27 de jul. de 2011

Bilhete Viciado

Eu gostaria muito revê-lo novamente. Subiria pra cima e desceria pra baixo caso fosse necessário para poder te ver você, mas a minha opnião própria é que não nos foquemos na grande longa distância, porque o tempo passa e tudo passa.

25 de jul. de 2011

Endereçado


Ainda me lembro do teu toque macio, da cor e do sabor do teu sorriso. Acho que ainda sei do arco das tuas costas, do teu cheiro e das coisas postas na cama, feito sobremesa. Não sei se possa ser saudade seja o verdadeiro nome, porque certas coisas nunca foram minhas para que se pudesse sentir falta. Não que eu queira resumir saudade em apenas a falta de algo. Certas coisas são mais, do que eu pude entender, aceitar, digerir. Eu sei que nada passou reto por mim, e que tive todo o tempo, mas nem todo esse tempo seria capaz de fazer um coração idiota entender. Esse idiota ainda não entende muitas coisas, mas alega saudades do que perdeu.

Museu de Guerra



Meu amor próprio está na uti e meu próprio amor perdido por aí. Os sonhos estão rabiscados em diversos pedaços de papel que o vento levou. E quando um amor que não era amor, se quebra e são mais de mil os estilhaços batendo na cabeça e as lágrimas que não param? Escrever poemas e rascunhar pequenas perversões não mais curam, mas causam um certo alívio, uma espécie de vício: quando se rasga a dor esta fica a arder em todos os poros, até gelar no sangue e depois não é mais dor. É um estupor, um cansaço pós todas as fibras do seu corpo gritarem. É um processo deliciosamente solitário, quase sórdido, sádico: se coloca o dedo na.ferida, ampliada a dor, o momento imortalizado em linhas, em letras.

Vivendo


Burrice tem remédio? Estupidez? Por que querer ser cego ao não ver o óbvio que assim escapa aos olhos e quase morre de gritar aos ouvidos que ficam surdos? Tentativa de cura do tédio? Na estúpida escolha de fazer castelos no ar e neles se abrigar, a queda é feia e o estrago é o pior. Porque os esfolados dos joelhos cicatrizam com o tempo, mas e os esfolados da alma? Se isso é o que não mata e fortalece, não sei bem o que significa ser forte. É ter cicatrizes? Provas de sobrevivência? Isso não comprova força. Ser forte não pode ser apenas sobreviver. Sim, o forte sobrevive, mas está um estágio acima desse mundo vegetativo. É virar as velas do barco e não apenas se deixar levar. Sei que não existem fórmulas magicamente prontas, que o mundo da voltas e nada é de fato definitivo, além da morte. Queria poder alegar que tudo isso é falta de sorte, mas a burrice estampada na testa e na camiseta não me deixam mentir. E, por muito tentei mas não sai no suor e nem com água sanitária.

O que não te mata, não te fortalece. Na verdade, te enrijece. Ser duro com a vida não faz a vida menos dura.

22 de jul. de 2011


Na minha cama, você não deita mais.
Troquei o colchão,
pavimentei o chão. 
Coloquei novos lençóis
tem bordados de sóis.
Na minha cama, você não pisa mais.

19 de jul. de 2011


Dos amores que não tive, você é o que me traz mais mágoa. Pelos sonhos que foram construídos e destruídos. O vazio que ficou dessa falta de sonhos ainda permanece, de certa forma: campo ainda infértil. Poucas sementes tem chance de sobreviver aqui, talvez pela falta de adubo ou pela selvageria local. Não foi resultado de maus cuidados, foi erva daninha, traiçoeira, que limpou o caminho e tudo retornou a um estado primordial, selvagem, duro, árido. Dos amores que não tive, muita coisa não aconteceu. Perdidos entre hipóteses, medo e imensos receios. 

Dos amores que não tive, restou muita liberdade, e um local díficil de alguém entrar.

15 de jul. de 2011



É proibido estacionar!
Então, por favor, não provoque.
Estais sujeito a reboque!

14 de jul. de 2011


Encarando os fatos, vendo os atos, não existe remédio. Não é apenas tédio, é excesso. Tudo que sobra, tudo que corre é escorre pelos dedos. É vício, é pecado capital, é preguiça.
[...]

Nada falta?
Coragem talvez...

9 de jul. de 2011

Ela se deteve frente ao espelho, como se não soubesse quem era e quisesse descobrir. Averiguou as linhas de expressão no rosto, levemente marcadas. Os olhos miúdos e meio míopes, à aquela distância, eram extremamente ágeis e eficientes. Queria poder ver a alma, e entender o que tem de errado com ela. Por que certas coisas machucam tanto? Estas coisas deveriam ser arrancadas, feito erva daninha em jardim em flor. Esse auto-sadismo-masoquismo, ser refém de si própria, poderia um dia ter consequências extremas. Estava nua. Cabelos molhados. Tinha acabo de sair do banho. Queria poder ter banhado a alma. Continuou olhando o corpo nu, em frente ao espelho grande que tem em seu quarto. Deveria talvez ter percorrido outras trilhas na vida, mas jamais saberia. De resto tinha a vida, o viver, o que era de tão desafiador, assustador.

27 de jun. de 2011

Viagem


A dor do parto e o partir. É impressionante como essas duas palavras são parecidas de formas diversas. O nascimento, a partida, as mudanças, a vontade de não querer ir, a vontade (ou impossibilidade) de ficar, o choro, a dor do processo e o choque com a nova realidade.

Dizem que toda experiência, mesmo que negativa, serve de crescimento, e assim deve ser, mas como o choro do recém-nascido, as lágrimas rolam e a nova realidade é dura (seria esse o processo de crescer? amadurecer?).

A tristeza parece não ter fim, mas tudo tem um fim. Então logo deve acontecer um novo parto, um novo partir. Será que conseguirei parir felicidade?

21 de jun. de 2011

Eu sofro por antecipação, devo precisar de terapia intensiva, mas as vezes eu fico pensando, meio com medo, se tem como morrer de ansiedade, ou se é apenas a curiosidade que mata? Se tem algo a dizer não anuncie, apenas diga. Não gosto de ficar esperando e advinhando. Talvez eu devesse apenas aprender a esperar, pois o carro não anda quando está na frente dos bois. Problema moderno, fruto da natureza imediatista de uma sociedade de consumo?

Não é que eu vá quebrar, apenas me assusto.  Assusto com o que eu não sei que está por vir, o que virá, o que virará. Quero muito fechar essa página e voltar para casa;

20 de jun. de 2011


Des-pedaço-me!
Por quê?
Oras, para se ter um começo
tem que se ter um fim.

18 de jun. de 2011

Descoberta



Hoje eu fiz uma descoberta muito importante sobre mim. Eu não tenho canais lacrimais. Eu tenho duas torneiras sob os olhos.



Hoje quando eu acordei, encarei por horas a tua fotografia e na boca ficou um gosto amargo de nostalgia. Nem sei ao certo se posso chamar isso de saudade, pois parece que tudo aconteceu em outra vida, outra realidade. De uma comunhão intensa, passamos a uma distância extensa, como? Relacionamentos não são para sempre, apesar do amor ser, mas meu amor por você não é mais o menos, e nunca será o mesmo.

12 de jun. de 2011

Grito



 Muitas pessoas tentam, numa nobre missão, fazer com que eu veja a verdade. A verdade eu já vejo, apesar de não aceitar e não acreditar. Não quero ouvir essas pessoas que falam das coisas que eu já sei. Eu sei que a canoa está furada, eu vou afundar junto. Eu sei nadar, e se nao conseguir, eu aprendo, na marra.

Eu quero novidades, quero sentir, porque o vazio já ocupa tantos espaços que sequer deveria ser chamado de vazio. Eu estou cheia de nada. Todos os riscos, todas as possíveis mágoas, são tentativas de me esvaziar do vazio e ter algo diferente, qualquer coisa.

11 de jun. de 2011

Fúria

Toda a beleza do sentimento era minha. Toda aquela mistura que inspira músicas e poesias só existia em mim, não em você. Tudo bem, saiba que eu não tenho raiva, nem todos tem isso, nem todos se apaixonam, nem todos amam, muito menos a mim. Minha auto-estima pode não ser tão alta, mas eu sei quem sou, sei o que quero, você sabe quem você é, e acima de tudo: o que você quer?

Como toda a poesia do momento era minha, resolvi tomar posse do que não era só meu.
Te comi. E você sabe disso.

8 de jun. de 2011

Meme Literário


Vou responder as perguntas do Meme Literário que a Keila me indicou, do blog Já fui tantas pessoas por aqui e todas se fizeram voz. Não sei a ordem original das perguntas, já que a Keila modificou e vou manter a ordem dela.

Tinhas o hábito de ler quando crianças? 

Assim que aprendi a ler,acho que fui alfabetizada com 7 anos, eu gostava de ler. Lembro-me de revistinhas: Turma da Mônica, Mickey. As histórias do Cachorrinho Samba. Depois a Coleção Vaga-Lume. Pedro Bandeira... Na adolescência virou um hábito tão presente que eu lia em todos os recreios. Para minha sorte, apareceu o alcool na minha vida e assim adquiri algumas habilidades sociais. 

Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?

Não sou de reler livros... mas releria alguns de Rubem Fonseca, Philp Roth, que conheci recentemente também... a citar alguns é meio injusto e vago, mas foi o que veio na cabeça agora.

Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e nunca conseguiste ler até o fim?

Sim, mas eu não lembro deles. Geralmente quando eu acho chata a narrativa, daquelas que não se desenvolvem eu acabo desistindo. 

Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?

Eu não consigo escolher. Acho que essa pergunta é injusta, a única coisa razoalvemente constante em mim é o hábito da leitura.... 
Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo nunca leste?
 
Essa resposta muda com o decorrer dos dias, pois quando eu quero algum livro, eu acabo lendo, mesmo que demore até que eu o encontre.

Que livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?
 
 Uma cena??? Essa pergunta é dificil... lembro me de quando criança as horas que passei imaginando como seria a vida do menino do dedo verde e como que ele escolheria a cor da flor que ele plantava, como eu ainda lembro do tempo que me dediquei a esses pensamentos, acho que essa é a melhor pergunta para essa resposta.


Qual o livro que achaste chato e mesmo assim leste até o fim? Por quê?
 
 Não é má vontade em responder, mas não lembro. Devo já estar a me esquecer das coisas, seria problema da idade??

Indica alguns dos teus livros prediletos:

Medo de Voar, Erica Jong, me fez sentir menos culpada de certos anseios femininos ao ver que não estou sozinha a tê-los. Pode "parecer" clichê, mas a Cabana, apesar da religiosidade me ajudou a lidar com os meus mortos de uma maneira muito interessante. Misto Quente, Bukowisk, me diverti muito ao ler.

Que livro estás a ler nesse momento?
 
 Além de livros técnicos da minha área... heheheheh, O Animal Agonizante de Philip Roth e a Clarice, de Benjamin Moser.
 
Pessoas que indico para responder esse Meme:
 
 Marcos, A Hora do Flush
 Minha Morena, Felicidade Clandestina, Penetra Surdamente no Reino das Palavras

4 de jun. de 2011

Confissões

A primeira vez que você apareceu na minha vida, você me tirou o chão, a ar, o rebolar, o raciocínio. A história foi se desenvolvendo dentro de todos os clichês românticos possíveis. De repente, você se foi. Doeu demais. Chorei até as lágrimas secarem. Deixei muita gente preocupada. Quando eu contava a história, as pessoas se assustavam, falavam mas não rolou nada além disso? Ainda bem, né. Melhor assim, antes que você ficasse mais envolvida.  Melhor uma pequena amputação que um  membro necrosado, fato.  A parte do não rolou nada além disso me revoltou um bocado. Como se só com sexo as pessoas ficassem envolvidas. Apesar de você ser "loiro do olho azul", eu gostei de você de graça  (existem teorias sobre feromônios e Complexo MHC que talvez expliquem isso) e olha que nem precisou me dar orgasmos múltiplos. 

Acho que o não rolou nada além disso  me incomodou mais do que eu havia previsto. É como se a história não fosse digna dos sentimentos que eu tinha, simplesmente por ser curta e não ter acontecido o sexo. De certa forma, tudo tem um lado positivo, percebi que eu ainda podia sentir, sentir muito e desesperadamente.  Não é uma pedra palpitante que eu tenho no peito, não sou fria. Isso se não atentarem para os detalhes de meus pés e mãos sempre estarem gelados. 

Agora você volta, meio sem querer querendo, e ganha o espaço que já era o seu, mas gato escaldado tem medo de água fria. Assim que descobri o quanto certos comentários tinham me incomodado, no dia seguinte, após ter jogado você na minha cama, com toda lascívia e devassidão que eu não sabia que eu tinha.

Eu ainda não acredito que você vá permanecer, embora eu queira. Ainda não acredito no que você me fala da sua vida, ainda preciso de provas. Já provei você, agora quero provas.

3 de jun. de 2011

Murros em pontas de faca


Diz o ditado que a esperança é a última que morre. Com base nisso poderia-se supor que a esperança é algo esperto, safo, como se diz no popular, algo forte, resistente, que sobrevive a quase tudo, pois se é a última que morre em algum momento ela teria que morrer. Acho que a minha esperança não é exatamente algo bom. Acho que é teimosia. Um-não-querer-acreditar em certas coisas, não querer ouvir conselhos, simplesmente acreditar. Ter fé e teimar constantemente parece algo inerente em mim. Por mais que a razão grite, por mais que a razão implore, tem essa parte, essa voz, que parece nunca se calar, que teima em existir em mim. Para o meu grande azar, é parte integrante da minha essência. Teimar. Teimosia quase nunca é algo positivo. Os otimistas podem dizer: "Ah, é que você é persistente em seus ideais". Persistente até o raio me partir na puta que pariu. Tem certas lições dessa vida que eu nunca aprendi. Acho que nem nunca vou aprender.

2 de jun. de 2011

Azul

Queria que chegasse logo o dia, de poder mirar no azul do teu olho assim como busco no azul do céu o teu olhar.  Queria logo o dia, que sem subterfúgios teus, as coisas simplesmente acontecessem, como costumava ser. O meu refúgio é feito com os teus braços, meu travesseiro com o teu peito, tua respiração, a minha, a nossa. A cama está vazia e fria, será que você não vê???

1 de jun. de 2011

Inventar



Inventar, deve-se admitir humildimente, não consiste em criar algo do nada, e sim do caos; em primeiro lugar, deve-se dispor dos materiais, pode-se dar forma a substância negra e informe, mas não pode-se fazer aparecer a substância. Em tudo que se refere às descobertas e a invenções, mesmo aquelas que pertencem a imaginação, lembramo-nos da história do ovo de Colombo. A invenção consiste na capacidade de julgar um objeto e no poder de modar e arrumar as idéias sugeridas por ele.

Mary Shelley in: Notas da Autora no Livro Frankenstein

31 de mai. de 2011

Devem estar de brincadeira com a minha cara, mas eu estou achando ótimo


No post anterior a esse, eu disse que alguém de um plano superior me quer gorda.

Agora eu tenho cer-te-za!!

Ganhei três dias em um resort, na praia com comida e bebida inclusas na diária.
Não que eu esteja achando ruim, exatamente, mas vou insistir na dieta assim mesmo.
Vai que ganho outro "prêmio" desse nível.

30 de mai. de 2011

Desabafo


Deve existir algum plano divino superior contra a minha dieta. Será que os deuses me querem assim?? Rechonchuda??? Estou me comportando, evitando doces, inclusive contato visual com os mesmos, e estou na TPM, ganho uma caixa de chocolate! Próximo final de semana, tem festa, comemoração. Quando eu não estou de dieta, eu não ganho chocolate, não existem tantas comemorações assim, bota-foras, aniversários. Qualé??? Ah, não é apenas lei de Murphy. São muitas calorias para ser apenas essa maldita lei.

Li em algum lugar que para emagrecer 1 kilo é necessário economizar cinco mil calorias. Eu me esforço para economizar minhas 600 calorias diárias e quando eu penso que tudo que eu fiz na semana pode ir embora em um dia, é terrível. Ainda assim, na TPM alguém me dá chocolate. Eu nem tava lembrando de chocolate. Estava meio chorosa sim, tá, muito chorona, mas realmente nem lembrava do consolo do chocolate até o mesmo cair no meu colo! MALDITOOOOOOOO

Quando eu resolvo fazer dieta, eu evito comentar, porque sempre tem aquela gentinha falsa que diz: "Mas você não precisa emagrecer..." Eu respiro e respondo: ah, eu quero. Porra, claro que eu não preciso, eu não tenho obesidade, sou rechonchuda, sedentária, e meio deprimida, quando eu penso no meu corpo de 2 anos atrás, magro, saudável e bonito. Agora eu tenho que me tratar de enxaqueca, de tumor beningno, de infecção renal. Quando eu era magra eu não tinha nada disso. Até imagino o que os céticos que dizem que não preciso emagrecer diriam: ah, mas isso é concidência, agora você está num período mais estressante da sua vida, e blá blá blá blá.  Estar infeliz com o meu corpo é um grande fator de estresse e quero eliminar o estresse que eu puder. Comecei a fazer dieta, caminhada, apesar da TPM estar aqui, eu não tive enxaqueca, como eu costumava ter. Eu estou tentando ser saudável, e aparentemente isso está me ajudando, então, cadê o botão de desligar tentações???

Eu estava quase na casa dos 90kgs, agora estou perto de sair da maldita casa dos 80, por que eu tenho que ganhar chocolate e me entregar a ele?? Dança hormonal dos sete infernos. 

Eu não vou desistir, maldito chocolate!

29 de mai. de 2011

Platonismo


Queria poder te torturar com toda essa fome que tenho do teu corpo. A tua ausência não mata meu desejo, apenas abre diversos leques na minha mente. Mentalizo teu corpo, teu cheiro, teu gosto, tua saliva, tua pele. Sonhando acordada vou me saciando, da melhor forma que posso.

Vida Sacana

Eu queria saber falar como eu escrevo. Não que eu escreva maravilhosamente bem, mas escrevo melhor do que falo. Será que meus dedos são mais espertos que a minha boca? Meus dedos não gaguejam, quase nunca hesitam, talvez diante de alguma palavra de grafia complicada. Quando eu tenho que falar, que enfrentar, me expressar, minha boca hesita, escolhe demais as palavras e acaba perdendo o tempo para fazer as colocações certas, as piadas engraçadas, o comentário inteligente e engraçado. O melhor de mim se esconde entre as letras, e quase ninguém o vê.

26 de mai. de 2011

Ainda bem que os livros existem


Nem adianta insistir.
Jamais irei assumir
essa minha burrice.




Sempre irei lutar contra ela.


Platônico



por te amar
tanto assim
revolvo céus
revolto mares
movo placas tectônicas

niña, louca
reviro tudo a tua volta
teu mundo vira um haiti

aquele rumor
de um tsunami
no havai
(que não houve)
era você, nem aí.


Valéria Tarelho

Chato chefe


Eu não sei mais o que fazer. Sei lá, tipo, não é que todo mundo seja obrigado a gostar de mim, mas tem que escrever na testa que me detesta? Faz tudo como deve ser feito, mas parece que não faz segredo do que realmente pensas de mim. Nenhuma empatia, nenhuma simpatia. Não que tu faças alguma falta de educação, mas tem excessos de falta de consideração, de frases feitas para doer, naquele jeito que só entende quem recebe a ironia, ou ordem fria.  Não sou tão burra quanto pareço, mas que agora padeço, se falta de vontade, de falta de desejo, de falta de estímulos. Você cortou todos.

22 de mai. de 2011

Expurgo


Não quero mais a espera. Não é que eu tenha pressa, mas cansei de apenas esperar. Quero mais, bem mais. Os meus sonhos e desejos depois de tanto desprezo sedimentaram, cairam das nuvens e ficaram no fundo: lodo de sonhos.  De tanto te esperar estava começando a morrer. Vou resgatar meus sonhos do lodo, vou voltar a viver.

Nas migalhas, nos rastros, vou recolhendo pedaços, caros, raros, útopicos.
Nas migalhas, nos rastros, vou idealizando, sonhando com o que não existe e não é.
Nas migalhas, nos rastros, vou definhando porque nunca acho o final.

19 de mai. de 2011

Entropia


Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia. Quem dá conselhos tem boas inteções. O inferno é cheio de boas intenções. Quem gosta de dar conselhos vai pro inferno? Eu não sei seguir conselhos. Já devo até ser motivo de chacota: "Como ela é idiota!!"  

Eu não sinto mais meus pés, e nem sinto mais minhas mãos, apenas a minha mente insana. Cansada, cansada de tanto acreditar, que já chega a delirar. Aqui dentro é tudo tão bonito, quando tudo de fora é frio e só espera. Eu não sei até quando esperar. Estarei eu viva até lá? A minha paciência não é de Jó, mas está com nome de esperança, alguém sabe quando esta morre? 

Queria te dizer que o chão aonde pisas é sagrado, mas tá mais pra hedonisticamente profanado, mas mesmo assim tire os sapatos e faça a devida reverência. 


Balada da Contra-mão

Balada da Contramão:

Essa canção é por você
Que já cansou de escutar
Mas tem vivido sem viver
Mas não deixou de acreditar.

E que assim como eu
Esperou mas correu
Pro dia em que alguem ousasse entrar
Fosse na contramão, na sua estrada sem chão
Descansasse a vista, pra então habitar
Habitar, habitaaaaar.

Eu vou tentar mais uma vez
Por quem não pode mais tentar
Sair a noite por ai
Com pouca história pra contar..

Pra quem assim como eu
Esperou mais correu
Pro dia em que alguém ousasse entrar
Fosse na contramão, na sua estrada sem chão
Descansasse a vista pra então habitar..

Pois assim como eu, esperou mais correu
Pro dia em que alguem ousasse entrar
Fosse na contramão, sua estrada sem chão
Descansasse a vista pra então habitar
Habitar.

"A Banda Mais Bonita da Cidade"

17 de mai. de 2011



Ai! Como eu queria sonhar menos! Sonhar menos com essas possibilidades que quase nunca acontecem. Com os olhos que não mais me olham e a boca que não mais me sorri. Queria sonhar, com coisas lúdicas, puras e belas. Não com a lasciva vontade que tenho de ti. O azul dos teus olhos me aterroriza no azul do céu, e de repente, me pego em devaneios nada púdicos....Já cansei de foder mentalmente! Some da minha mente, diabo!

9 de mai. de 2011

SMS da sorte


Se a sorte está com você, para quê a pressa? Se a sorte está contra você, para quê a pressa?

Provérbio vietnaminta

nao aconteceu

Essa é uma história de amor, que não aconteceu, mas aviso, contém inúmeros clichês. Talvez não seja de amor, por não ter acontecido, mas enfim, vamos a história. Foi num forró onde tudo começou. Engraçado começar algo em um forró, porque a palavra forró tem origem no inglês, um aportuguesamento de for all. Uma quase história de amor começar no local de "para todos", além de altamente democrática é quase que um clichê.

Eles se olhavam, de longe. No peito dela, palpitações, na pele suor frio. Nele, nem me atrevo a dizer aonde que palpitava. Ele fez o universal gesto do "quer dançar comigo?" levantando a mão esquerda e posicionando a direita na altura da onde deveria ficar a cintura da moça. Ela topou. Foram para o meio do salão. Ela de saia preta comportadamente na altura do joelho, blusa cinza, cabelos cor-de-trigo (li isso em um livro hoje e achei uma boa descrição para esta cor de cabelo). Ele, cabeça raspada, mãos calejadas, calça jeans e camisa xadrez. Dançaram e dançaram. Não ousavam conversar, talvez fosse o clima de dançar que estivesse bom demais para se estregar com palavras, ou porque já estavam tão ofegantes após 5 músicas sem parar que sequer tentavam conversar. Paravam vez ou outra e tomavam um copo de cerveja. Ele se atreveu a perguntar o nome dela, a saber algo dela. Ela respondeu e fez também as suas perguntas. Logo voltavam a dançar como se tivessem nascido para aquilo.

Ele se controlava para ser cavalheiro, como se ser ousado fosse capaz de estragar o momento, mas ele ofegava, não pelo esforço da dança, mas por imaginar o que existia a mais nela. Ela, feliz, entregue dançava. Como se nada mais existisse.

De rostos colados. Enamorados aconteceu o beijo, meio roubado, meio dado. Assim, como se fosse natural, como se seguissem um roteiro. Ela se sentia levitando, ele se sentia.. bem, isso ae ele muito sentia.

Ela foi embora.
Ele foi embora.

No dia seguinte ele ligou e disse que gostou muito dela. Depois ele nunca mais ligou.



Não é auto biográfico. 
É biografia alheia.

Just for Fun



































Fonte

Busco entopercimento:
corpos, copos...
Não sentir.
Não ter.
Não saber.
Não querer. 
Há tanto em mim,
que não cabe mais aqui.

8 de mai. de 2011

Ícara



Eu ousei fazer um par de asas para tentar voar. Alçar sonhos maiores, sair da comodidade do chão. As asas quebraram e eu despenquei. A cada baque  da longa queda, um osso quebrado.  Quando começam a cicatrizar, essas feridas, já estou eu a reformular minhas asas.  Diz o ditado que alguns aprendem por amor e os que não aprendem por amor, aprendem pela dor, mas quem não aprende pela dor, aprende com o quê?

6 de mai. de 2011

Ratazana

Entorpecidamente procuro, em vão, o vão aonde me escondia. Não encontro. Nu, exposta, posta à prova.  O veneno fazendo efeito, a dor lascinante no peito. Meus filhos no vão, não fiquem aqui. Meus filhos vão!!!

4 de mai. de 2011

Monólogo



Oi, caro Estranho. Não sei quem mais se perdeu nessa vida, se foi você ou se foi eu. Na ausência, no silêncio, nas horas de espera tórridas. Não sei qual a minha culpa apesar de ter tentado apontar a sua. Não sei qual a sua história, apesar de delirar mil versões dela. Ah, caro Estranho, não sei o que lhe dá medo, ou o melhor jeito de apaziguar a sua fome, mas sei do que há em mim que tem o seu nome.

Ai meu querido Estranho, são tantos sonhos e pesadelos. Tanto vazio e tanto desejo. As lacunas as vezes nem mais importam, apesar da verdade sempre vir a tona, e, à toa, continuo a tentar e tentar entender: as lacunas, o vazio, a ausência. As vontades de você são tantas que escorrem e evaporam em perfume e a fome permanece.

A fome que eu tenho sabe muito bem ser cruel. A fome que eu tenho sabe aonde doer, onde enloquecer e quando não-sumir. Tudo porque a paixão fora desperta, e a muito não alimentada.

Next time I'll be braver
I'll be my own savior
When the thunder calls for me
Next time I'll be braver
I'll be my own savior
Standing on my own two feet

Turning Tables, Adele


... e estava ali, a sentir-se especial. Como se o simples ato de viver fosse o maior ato de coragem que pudesse ter.  Pois é exaustivo o fardo de ser, de fazer, mas não tem como apenas viver, como vegetar, mas tem que ser viver, com tudo, ao tirar o máximo. Já que se está a viver, por que não tudo vencer? 

Meu pai dizia que para tudo se tem remédio, menos para a morte. Acho que a morte é o remédio máximo, mas enquanto se tem vida, existem mais alternativas.

1 de mai. de 2011



"O silêncio é o mais cortante dos instrumentos cortantes. Parece matelar-nos chão a dentro. Impele-nos cada vez mais para dentro de nossa própria culpa. Faz as vozes no interior da mente nos acusarem de forma mais maleóvola do que qualquer outra coisa."

Medo de Voar, Érica Jong