12 de dez. de 2011

Liberdade





Pesados portões de ferro se abriram. Os rangidos ecoaram, e deram vez para o barulho de um motor de carro, que passou pelos portões. Dentro do carro estava um rapaz ao volante. Um triste rapaz. O sarcasmo com que a vida tinha o tratado o deixava infeliz, certas coisas tinham que mudar, felicidade não poderia se esconder dele para sempre, essa vadia não poderia brincar de pique - esconde com ele ao longo da vida. 

Dobrou algumas esquinas, rumo ao centro da cidade, tinha um compromisso, festa. Balada, música, álcool, entorpecentes. Drogas lícitas ou ilícitas que amortizavam o peso do viver. A definição de liberdade é a possibilidade de escolher. Que escolhas que realmente ele tinha? Morrer encerra as opções de escolha ao abrir caminho para o descanso eterno. Ainda existia muita energia a ser gasta, muito chão para se percorrer, mas a pergunta era: para onde?

Entre copos de vodka colorida e sorrisos não exatamente sinceros, reflexões profundas eram feitas. Decisões eram tomadas. Flertes baratos atrapalhavam a linha de raciocínio, mas não havia porque ser descortês e se destacar naquele momento com respostas irônicas e rudes. Apenas iria embora. Apenas abandonaria aquela vida. Teria uma vida nova. Completamente nova. Papel-moeda que tinha de montes nos bolsos finalmente seriam úteis. De um eremita no ambiente social passaria a ser um ser social em um ambiente ermo. Porque pessoas demais atrapalham...

3 comentários:

  1. Sim Heat!
    O que atrapalha, tem que ser deixado de lado.
    Tenha uma excelente semana!

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso.” (JefhCardoso)

    Convido para que leia e comente “O CHEIRO DO DIABO” em meu blog http://jefhcardoso.blogspot.com/
    Abraço de um blogueiro navegante!

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  2. Deixaria para trás, mas será que se esqueceria das gotas de alegria experimentada ao longo daquela estrada?

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