A carga emocional que podemos atribuir a objetos é algo que pode lindo, fantástico, ridículo ou até mesmo fútil. Depende de quem vê e de quem sente. Memórias que são acessas com cheiros, sons, objetos. A memória é melhor fixada atraves da repetição. Pois as pontes entre os neuronios tornam-se mais duradouras.
Dois meses após a morte do meu pai, estava almoçando com um amigo em um shopping na cidade de São Paulo. Tinha um pernil. Meu pai era louco com pernil. Eu servi o prato, sentei-me na mesa e comecei a chorar copiosamente. Meu amigo ficou assustado. Correu para buscar água com açúcar, tentava me acalmar. Quando eu consegui finalmente falar, eu disse: O PERNIL...
Ele falou: Mas você tá chorando por causa do pernil? Acabou? Você queria um pedaço??
Eu comecei a rir. A gargalhar.
Para quem não conhece o meu pai. Nunca foi escolher um porco com ele em uma granja, nunca ouviu as histórias dele sobre carne do porco e o quanto gosta de um pernil bem preparado, para quem não ouviu 24 anos de tantas historias de carne do porco, fazendas, lamento, não vai entender.
A símbolo do pernil não me faz mais chorar copiosamente, mas eu ainda não sei se consigo comer pavê.
Entendo essas memórias tão nítidas. Ja senti arrepios com um aroma de perfume bem conhecido passando por mim na rua, e uma melancolia indescritível ao ouvir, trinta anos depois, uma musica que marcou minha adolescencia.
ResponderExcluirMemórias... Cavalos alados que correm pela imensidão da mente! Surgem e aparecem! Como raios que iluminam um momento e nos trazem coisas que as vezes deixamos no escuro da mente!
ResponderExcluirbjoss e meus sinceros sentimentos!